Arquivo mensal: maio 2012

Smart Grid – redes inteligentes

Pesquisas e mais pesquisas e encontro este novo termo ” Smart Grid “ – também chamado de rede inteligente, em termos gerais é a aplicação de tecnologia da informação para o sistema elétrico de potência, integrada aos sistemas de comunicação e infra estrutura de rede automatizada.

Logo, me lembro das propostas apresentadas por Jacques Fresco em 1977, desenhista industrial que propõe uma Economia Baseada em Recursos (Venus Project) e não no sistema monetário. Esta economia é um recurso que lhes é Doado e não Comprado.

 

 

Especificamente, envolve a instalação de sensores nas linhas da rede de energia elétrica, o estabelecimento de um sistema de comunicação confiável em duas vias com ampla cobertura com os diversos dispositivos e automação dos ativos. Esses sensores são embutidos com chips que detectam informações sobre a operação e desempenho da rede – parâmetros, tais como tensão e corrente. Os sensores, então, analisam essas informações para determinar o que é significativo – por exemplo, está com tensão muito alta ou muito baixa.

O funcionamento se dá quando os sensores detectam informações significativas, ocorre a comunicação dos dados de volta para um sistema analítico central, que geralmente é um sistema de software. Esse sistema irá analisar os dados e determinar o que está errado e o que deve ser feito para melhorar o desempenho da rede.

Por exemplo: Você vai visitar um amigo em seu carro elétrico e o conecta à tomada para recarregar a bateria: embora esteja na casa de um amigo, a energia de recarga será debitada na sua conta de luz e não na do amigo.

De sua mesa de trabalho, você liga o ar-condicionado de sua casa para já encontrar a temperatura que deseja. A energia excedente, gerada pelo painel fotovoltaico de sua casa é automaticamente injetada na rede de distribuição. Se um equipamento da rede elétrica começa a apresentar problemas de desempenho, estes são automaticamente identificados e a solução é apontada antes que a energia seja interrompida. Se a rede elétrica falha por alguma razão, os próprios equipamentos da rede interagem de forma a isolar o problema e restaurar a energia para o maior número possível de consumidores, sem necessidade de interferência humana.

O conceito de redes inteligentes ou “smart grid”, representa um marco na evolução do setor energético e é essencial para o melhor aproveitamento dos recursos energéticos do Brasil e, fundamentalmente, para atender às novas demandas que recaem sobre o sistema elétrico.

Do ponto de vista funcional, esse conceito vem contribuir para direcionar o sistema elétrico para responder às seguintes demandas das concessionárias e da sociedade:

  • Melhorar a qualidade de prestação dos serviços, reduzindo o número de falhas e também o tempo de restabelecimento;
  • Melhorar a qualidade de energia entregue aos consumidores; incorporar ao sistema elétrico à geração e a micro-geração distribuídas, incluindo aí as diversas formas alternativas de geração, principalmente as limpas;
  • Combater eficazmente as perdas comerciais (roubo de energia);
  • Gerir os ativos técnicos de forma a extrair destes todo o seu potencial;
  • Permitir aos consumidores gerir de forma remota os seus eletrodomésticos;
  • Incorporar os veículos a tração elétrica no cotidiano da sociedade.

 

 

Do ponto de vista tecnológico, esse conceito implica a aplicação das tecnologias da informação e comunicação ao sistema elétrico de potência por meio de três ingredientes básicos: massificação dos meios de monitoramento em tempo real, uma robusta estrutura de comunicação de dados e, finalmente, sistemas de inteligência capazes de tratar os dados a extrair deles as informações e os conhecimentos necessários à operacionalização das redes inteligentes.

Dezenas de países já iniciaram a implantação de sistemas de smart grid. Existem, inclusive, smart cities – cidades inteiras que utilizam esse tipo de tecnologia.

O Brasil hoje tem capacidade para produzir os equipamentos e softwares necessários para a implantação dos medidores inteligentes, não necessitando que as empresas busquem fora do país. As políticas deveriam considerar o estado da arte de programação tipo smart grid, no Brasil e em outros países e propor uma adequação das regulamentações e das normas gerais dos serviços públicos e distribuição de energia elétrica.

 

Fontes: Internet – Revista – Documentário Zeitgeist

Revista O setor elétrico – Ano 7 – Ed.74 – Março 2012

Matéria: Governo precisa investir nas redes inteligentes

Coluna Ponto de Vista